AS FORMAS DE VIOLÊNCIA DO PODER PÚBLICO

 

SUNDERHUS; Adolfo Brás1

Divergências e diferenças são compreensíveis nas relações entre governo e servidores públicos. O que não podemos compreender e tornar admissível são os atos de violência praticados pelos gestores públicos diante da não aceitação desta realidade.

Na gestão pública esta prática tem se tornado quase uma rotina em relação aos servidores públicos. Uma violência que não pode ser tolerada, pois deixa profundas marcas nestes servidores e em suas famílias, causando fortes conflitos sociais e de relações diante de tamanha demonstração de falta de gestão e pela falta de respeito humano.

Esta prática torna-se ainda mais agressiva quando nega os direitos dos servidores públicos que lutam por melhorias das condições de trabalho, em quantidade e qualidade, para atender as necessidades da sociedade, dentre estas a sua justa remuneração enquanto negada pelo governo que abraça a legalidade das isenções fiscais a “empreendedores”.

Para sociedade o governo leva outra violência. A da mentira quando colocam os servidores públicos como agentes desta violência, tratando-os como baderneiros e desordeiros públicos. Tratando-os como se fossem facínoras e foras da lei, ora explícita ora mascarada, objetiva ou subjetiva.

Esta violência de tão arraigada e praticada, chega a ser vista como “natural” no ambiente da gestão pública, que busca criar “regras” próprias de funcionamento e de medir relações de força para manter esta situação de forma intimidadora. Estabelece-se um campo de poder buscando satisfazer as vontades, as vaidades e o poder a qualquer custo destes gestores, que buscam com isto privilégio político e vantagens de toda natureza (sociais, econômicas e políticas) de acordo com o momento e com o “produto de suas necessidades”.

Como diz o ditado “de tanto usar o cachimbo a boca ficou torta”. Assim estas práticas de violência impõem a falsa verdade e institui-se como algo natural, em um Estado cujos gestores apresentam forte apego a vaidade e a práticas hierárquicas que não visualizam o momento de transformação deste século, refletindo de forma negativa na eficiência da gestão pública, com evidentes disputas de espaços políticos e de poder, sendo a sociedade e os servidores públicos os mais prejudicados.

1 Engenheiro agrônomo

Coordenador Executivo da FASER

FASER - Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica da Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil

 

 

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