SUNDERHUS; Adolfo Brás1
Muito se tem falado da riqueza que está presente no meio rural do Brasil. As falas políticas que insistem em manter este “estado de espírito” escondem uma forte realidade social.
Tem-se exaltado o progresso pelo crescimento econômico e não podemos negar a ascensão financeira vivida por centenas de famílias nos últimos anos. No entanto, não podemos deixar de dizer das centenas de outras famílias que até pouco tempo melhoraram de vida, mas, agora, tem dificuldades de acompanhar e sobreviver no atual momento econômico e político.
Este ciclo dito virtuoso e altamente concentrador privilegiando uma elite que detém o poder econômico e político, que define ações de desenvolvimento em longo prazo dentro de sua visão pessoal e de acordo com os seus interesses e aqueles ofertados ao poder político vigente.
Mantém-se a exploração do trabalhador pelo empregador através do discurso elitista e bem elaborado e de falas bonitas, justificando sua atitude de manter seu lucro, gerando um ciclo de exploração social e econômica das pessoas no mercado de trabalho associado ao Estado, que deveria buscar identificar os gargalos e os conflitos sociais e trabalhistas, para propor medidas que permitam elevar a renda da população.
Temos sim uma economia peculiar e rica, mas a riqueza gerada não e apropriada pela população. E contra esta realidade que devemos manter nossa luta e a construção de novos paradigmas que sejam os nossos motivadores de microrrevoluções sociais produtivas econômicas políticas e ambiental, agindo localmente e impactando de forma positiva sobre o todo.
1 Engenheiro Agrônomo
Agente de Extensão em Desenvolvimento Rural - INCAPER
Coordenador Executivo da FASER
Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil