A Associação dos Servidores da ASCAR-EMATER/RS - ASAE, no dia da Extensão Rural, 06/12/2018, foi surpreendida com notícias intituladas “Fetag - Federação dos trabalhadores na agricultura no Rio Grande do Sul - RS atuará na assistência técnica aos agricultores” e “Fetag cobra mais assistência técnica”, como declarações do Presidente da Fetag e também Presidente do Conselho Técnico Administrativo (CTA) da EMATER/RS-ASCAR, cujo Conselho é responsável pela aprovação do Plano de Trabalho que está sendo executado pela Instituição no Estado do RS.
Em defesa dos serviços públicos e oficiais de assistência técnica e social, extensão rural (ATERS) e classificação de produtos de origem vegetal prestados pela EMATER/RS-ASCAR há mais de 63 anos, a ASAE questiona como poderia a Fetag, entidade sindical, desenvolver e se sobrepor a mesma natureza da atividade desenvolvida pela EMATER/RS-ASCAR, uma vez que se trata de pretensa execução de trabalho já desenvolvido pela entidade oficial de ATERS do RS? Manifesta também que o fortalecimento do serviço de ATERS deve passar necessariamente pela defesa do fortalecimento da EMATER/RS-ASCAR, com ampliação do orçamento, admissão de novos extensionistas e melhor aparelhamento da Instituição, a fim de promover a necessária prestação de serviços de forma universal a todos os agricultores e pecuaristas familiares, pescadores, assentados, indígenas e quilombolas do Estado do RS. Do contrário, fomentar a articulação para a criação de sistema de extensão rural paralelo, nos parece que por trás das notícias existem interesses ainda não demonstrados claramente à sociedade!
A ASAE também manifesta estranhar que o Sr. Carlos Joel da Silva, Presidente da Fetag e do CTA da EMATER/RS-ASCAR, produtor rural, demonstra não conhecer a fundo os serviços e os respectivos resultados da atuação da Instituição, em inúmeras ações de ATERS, citando apenas algumas, como: projetos de crédito rural, projetos de irrigação, projetos de crédito fundiário, juventude rural, cooperativismo e associativismo, feiras, projetos para o PNAE e PAA, programa de agroindústrias, centros de treinamento e a viabilização das políticas públicas da União, Estado e dos Municípios que em regra geral constam nos Planos Estratégicos de Política de Estado e nos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural.
Poderíamos ir mais adiante, expressando aqui os números dos resultados que o Estado do RS colheu ao longo dos 63 anos, frutos da atuação da EMATER/RS-ASCAR, inclusive com inúmeras ações desenvolvidas em conjunto com a própria FETAG, que ao longo dos últimos oito anos contribuiu para a “gestão da Instituição” com a valiosa expertise de servidora que antes era do seu quadro de colaboradores. Porém, os ditos números constam nos relatórios anuais de prestação de contas e são de acesso público.
Por fim, é grandioso de parte da ASAE colaborar e não mensurar esforços para a construção de “pontes” entre os dois gigantes da agricultura familiar do RS, fixando de forma incontroversa o papel de cada instituição. Ou seja, quem de um lado, alinhada à Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) possui a missão de prestar o serviço público e oficial de ATERS ao Estado do RS e construiu ao longo de sua história sólida experiência com profissionais qualificados, os quais merecem todo respeito – a EMATER/RS-ASCAR, e de outro lado, quem é detentor da respeitável missão Sindical de representar os trabalhadores na agricultura do RS, para que juntos, sem disputas e com lealdade, possam fazer mais e melhor pelo nosso Rio Grande.
ASAE
A FASER solidariza-se com os companheiros da ASCAR-EMATER/RS e defende os profissionais de ater oficial
Recentemente, a FASER-Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão e da Pesquisa do Setor Público Agrícola do Brasil, realizou seu XIII Congresso Nacional, e reafirmou a importância da Ater Oficial e a pesquisa agrícola pública como políticas de estado e os desafios para erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais no campo.
Ao tomar conhecimento da ameaça sofrida pelos profissionais de ATER da ASCAR-EMATER/RS, a FASER lamenta que, mesmo a extensão rural tendo completado 70 anos de serviços prestados ao Brasil ainda sofra tamanho desrespeito com profissionais dedicados à sustentabilidade alimentar.
A FASER reivindica respeito aos sistemas oficiais de Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária como instituição, de natureza diversificada, integrada, atuando com metodologias participativas, no estímulo as agriculturas sustentáveis, com recursos orçamentários suficientes para a constante ampliação de sua área de atuação, com planos de carreira estimulantes aos profissionais da ATER oficial.
Estranhamente, nesta quinta (6/12) data em que se comemorou o Dia Nacional da Extensão Rural, dirigente sindical, questiona os serviços de Ater no estado do RS e ameaça que a Fetag atuará na assistência técnica aos agricultores.
Trata-se em uma primeira análise de um argumento político para justificar a manutenção da SDR-Secretária do Desenvolvimento Rural Pesca e Cooperativismo do RS, o que achamos positiva dado a especificidade do público atendido, incluindo os serviços de ATER. Mas, as afirmações do dirigente, são ao mínimo levianas, bastava ter solicitado os números de atendimentos pelos extensionista rurais em quase a totalidade de municípios gaúchos, onde em 2018, superam 230 mil famílias assistidas.
Também usou de má-fé ao afirmar que a força de trabalho seja de gabinete e que a empresa necessita choque de gestão, demonstrou mais uma vez desconhecimento de causa ou também má-fé, e o mais estranho é que a Fetag tem assento no CTA-Conselho Técnico Administrativo e participa com uma integrante por 08 anos na direção da Emater/RS-Ascar e se não apontou ou realizou as mudanças eram porque estavam certas ou porque não era possível ser feito. Utilizar dados do IBGE, sem as devidas considerações e análises sobre a forma da pergunta referente ao tema, também é outro absurdo.
Assim, a FASER espera que a missão dos profissionais de Ater do RS seja respeitada de forma integral.
FASER - Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão e da Pesquisa do Setor Público Agrícola do Brasil