AFERJ - RJ

Funcionários da Emater-RJ denunciam sucateamento da Empresa em audiência pública na Alerj

Nívea Souza – Alerj//// Suellen Lessa

 

Falta de um plano de cargos e salários, estrutura sucateada com carros que têm mais de 10 anos de uso, e empregados nomeados por políticos foram as principais denúncias feitas por funcionários da Emater-RJ nesta terça-feira (25/06) na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rurais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada no Auditório Senador Nelson Carneiro, no prédio anexo ao Palácio Tiradentes.

Para Thiago Castello Branco, presidente da Associação dos Funcionários da Emater-RJ (Aferj), as contratações de profissionais sem experiência em cargos técnicos são contrárias ao estatuto e ao regimento interno da empresa que é responsável pela assistência técnica e extensão rural no estado. “Atualmente, temos um engenheiro elétrico como diretor-técnico da Emater, uma empresa que precisa de pessoas técnicas. Contudo, há funcionários sendo colocados em escritórios no interior, que são assessores da diretoria e não técnicos, que deveriam estar aqui porque a sede da empresa é em Niterói. Essas pessoas estão trabalhando em locais eminentemente técnicos e usando a estrutura como o prédio da Emater e carros também”, disse Thiago. Ele ressaltou ainda que os funcionários estão sem plano de saúde.

“Há uma ação de 2016 na 8ª Vara de Niterói, que já transitou em julgado, ou seja, deve ser cumprida, e a diretoria não cumpre. Estamos bancando o plano de saúde desde janeiro do ano passado do nosso próprio bolso”, acrescentou o presidente da Aferj.Por sua vez, o diretor-técnico da Emater-RJ, José Fernando Cirne, defendeu durante a audiência que a verba da companhia contingenciada deve ser liberada o mais rápido possível e afirmou que, por enquanto, é preciso buscar recursos próprios por meios de parcerias nacionais e internacionais, além de consórcios intermunicipais: “As parcerias internacionais devem ser buscadas. Estamos, agora, com a aproximação dos chineses. Eles seriam parceiros em potencial. A outra ideia é que façamos consórcios com todas as regiões e que isso seja construído, mas é um processo que não se faz do dia para noite”. Quando questionado sobre os funcionários nomeados por políticos, Cirne disse apenas que desconhece as nomeações porque está há pouco mais de um mês no cargo de diretor.O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rurais da Alerj, deputado João Peixoto (DC), antecipou que vai convocar a presença do presidente da Emater-RJ e do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento para uma próxima audiência pública. “Os funcionários da Emater-RJ não têm nenhuma estrutura para trabalhar e há pessoas sem qualificação envolvidas em cargos técnicos. Vamos convidar o secretário de agricultura e o presidente da empresa para nos dar explicações”, disse Peixoto. Também compareceram à audiência a deputada Tia Ju (PRB), os deputados Flávio Serafini (Psol), Jair Bittencourt (PP), além de representantes da secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, e da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Rio de Janeiro (Fetagri-RJ). 

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